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Louvor aceitável

Quando vocês oferecerem um sacrifício de gratidão ao Senhor ofereçam no de maneira que seja aceito em favor de vocês. Levítico 22:29

 Considerando o que se entende por louvor e adoração na igreja de hoje é preciso perguntar: Qual foi o mandamento que transmutou qualquer coisa ou qualquer modo em louvor aceitável a Deus? Qual é o fundamento neotestamentário que fez com que elementos exclusivos de outros cultos e outros credos passassem a servir como meio de adoração ao Deus e Pai de Jesus Cristo? Isso nos remete a outras perguntas mais específicas: O que vem a ser de fato um adorador? Que instrumento toca? Como se comporta? Penso que poderíamos acrescentar uma boa quantidade de questionamentos a esse tema, mas vamos nos declinar apenas sobre os dois primeiros. 

É muito conhecido, ou pelo menos deveria ser, o texto de II Samuel 6:3-7, que narra a tentativa frustrada de Davi de levar a Arca da Aliança para Jerusalém, seguindo o seu próprio instinto de adorador. Dele extraímos uma pergunta que não quer calar: Por que Uzá teve que morrer? Teria sido pelo fato de desautorizadamente ter tocado a intocável Arca da Aliança, ou porque Davi se arvorou a ser protagonista de uma tragédia anunciada, pela simples omissão de orientações ancestrais deveriam ser rigorosamente observadas? A Lei de Moisés dizia que aquele elemento de culto particularmente pesado, somente poderia ser carregado nos ombros de homens criteriosamente escolhidos da tribo de Levi. Apenas levitas investidos de autoridade reuniam condições de fazê-lo, tão somente com vestimentas cerimoniais, varais apropriados e após exaustivos rituais de purificação. 

Tudo isso nos faz crer que a tal Arca era o objeto de adoração por excelência, pois possuía um grau de supremacia sobre qualquer pessoa ou objeto de culto, e que fulminaria qualquer um que se atrevesse a manifestar o menor indício de profanação. Algo que fez com que os cineastas de Hollywood imaginassem se tratar de um artefato que detinha na Terra o poder do próprio Deus. Não sem razão, uma vez que depois de encerrada no Templo de Salomão, poderia ser visitada secretamente, uma única vez no ano, pelo sumo pontífice do Judaísmo. Se a Arca da Aliança nos foi apresentada pela Bíblia com todo esse aparato, não temos alternativa senão de prestar-lhe o devido valor. Colocá-la em lugar de destaque em nossos templos para que fosse convenientemente adorada. 

Deveríamos sim, caso não existisse nas mesmas Escrituras que descrevem a intocabilidade da Arca, o livro de um sujeitinho muito estranho chamado Jeremias. Mesmo conhecendo toda veneração que o seu povo tinha por este imaculável objeto, ousou a profetizar o seguinte: Quando vocês aumentarem e se multiplicarem na sua terra naqueles dias, declara o Senhor, não dirão mais: ‘A arca da aliança do Senhor’. Não pensarão mais nisso nem se lembrarão dela; não sentirão sua falta nem será feita outra arca. Jeremias 3:16 

Esperem aí, então aquele monumento que era visto em oculto, por uma única pessoa em uma ocasião particular do ano. Que era o elemento imprescindível para se conseguir perdão diante de Deus. Que até então propiciava a forma mais perfeita de adoração, depois de Jeremias não presta mais? Não tem mais lugar na liturgia do culto, pois dele não se deve ter mais qualquer lembrança? Não deve sequer ser mencionado, pois não fará a mínima falta? E que por ordem expressa do Deus Altíssimo, não se faria mais outro igual? 

E é esse complicado, para não dizer bizarro, posicionamento em particular, que vai calar fundo na fé dos apóstolos. Eles iriam aprender que a fé que lhes foi transmitida diretamente por Jesus, tem poucas diferenças das crenças que se apresentaram mundo a fora. Mas as poucas que lhes eram exclusivas não admitiam negociações ou permissividades. Nunca se permitir ter uma língua, jamais santificar um lugar, possuir objetos sagrados e não priorizar uma raça ou nação, estão entre elas. Foi o que Jesus deixou claro no diálogo com a samaritana: Disse-lhe Jesus: Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai. Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. João 4:21 e 23. 

Espírito e verdade? Isso nos faz perguntar: Que verdade existe no som de um instrumento rudimentar como o shofar? Que espécie de espírito habita nas incontáveis réplicas mal enjambradas da Arca da Aliança? Que misterioso poder nos é conferido por meio de preces enfadonhas e repetitivas? Não foi algo diametralmente oposto que Jesus nos ensinou? E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios, que pensam que, por muito falarem, serão ouvidos. Não vos assemelheis, pois, a eles, porque vosso Pai sabe o que vos é necessário antes de vós lho pedirdes. Mateus 6:7-8 

Então, não existe motivo algum para chamarmos novamente à existência tudo aquilo que Jesus deixou pregado na cruz do Calvário. Não temos porque buscarmos em outros credos elementos que não têm absolutamente nada a nos acrescentar doutrinária ou espiritualmente. O preço pago por Jesus foi demasiado, porém suficiente, para nos colocar diretamente diante de Deus, sem intercessores, sem rituais mirabolantes, sem vestes cerimoniais, sem sacrifícios e sem contrapartidas. Todos os milagres que Jesus realizou em seu ministério terreno, todas as suas pregações em favor do Reino e todas as intervenções cirúrgicas na história humana, foram, por ele, creditadas ao Deus Eterno, Rei do Universo. No entanto, nunca nos ensinou a chamar o seu Deus de Rei, pelo contrário, se empenhou ao máximo para nos legar graciosamente o incomensurável privilégio de chamá-lo intimamente de Pai.

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